Sobre ser mãe
De mim esperam abnegação, entrega total, sorriso no rosto, enquanto estou cansada...
Se os filhos erram, se vestem mal ou estão descabelados, com certeza mencionam a mãe, ninguém diz "cadê o pai dessa criança?".
Se a mãe sai sozinha, tem sempre alguém pra perguntar "cadê seu filho?".
Mães e filhos parecem ser hidras, um corpo com várias cabeças.
Essa semana vi um programa na TV no qual a mãe, ainda jovem, estava deprimida após perder vários entes queridos, a filha de 5 anos olhava pra ela atenta, a mãe brincando com a filha, mesmo deprimida, ela estava brincando.
As lágrimas escorreram do rosto da mãe, a criança olha e fala pra mãe parar de chorar, abraça a mãe e diz que a ama, naquele momento eu sei que isso bastou ao coração daquela mãe.
Nem sempre a mãe é abnegação, nem sempre ela se deixa em segundo plano, mas isso foi a regra na minha família, mãe que parece conseguir carregar o mundo nas costas, feito Atlas!
Hoje, em meio a vários erros, reconheço mais acertos do que erros com meus filhos, lindos amorosos, geniosos e geniais filhos (filho e filha).
Mãe sempre acha que está errando, mesmo quando afirma que está certa.
Sou mãe de jogar chinelo de longe, quando me perturbam muito, apesar de acharem do lado de fora da casa que sou uma mãe intelectualizada.
Segui um padrão, o da minha mãe, abnegada, que deixava de ter para dar, hoje colhe os frutos da gratidão, mas mãe, geralmente, não pensa nisso, a recompensa da mãe é ver os filhos bem, felizes, eles deram "certo", o dar certo da mãe não é o que os filhos pensam sobre dar certo, daí o conflito das gerações e das famílias, mas a vida seria muito sem graça sem isso, conflito também faz crescer.