Ulisses, Brecht e a Política
ONTEM, futucando nos meus guardados, me deparei com texto que escrevi para um jornal de Pesqueira no tempo da campanha das “Diretas Já!”. Nessa arenga enalteço, dentre outros combatentes da liberdade e da Democracia, o saudoso Ulisses Guimarães, lembrando dele dizendo nos palanques: Navegar é preciso. Viver não é preciso. Noutro texto lembrei de uma frase dele na Promulgação da Constituição de 1988: “Traidor da Constituição é traidor da pátria”. Saudade de Ulisses, saudade de um tempo em que éramos mais puros.
Peguei nos guardados outro texto em que cito uma das grandes verdades de Bertolt Brecht:
“O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, não participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha é estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra e lacaio dos exploradores do povo”. Brecht advertiu também que não se devia chocar os ovos da serpente que geram o fascismo e o nazismo.
Fica a saudade de um tempo que eu escrevia com mais idealismo. William Porto. Inté.