AOS PENDURICALHOS DA VIDA
Vou aprendendo com a vida a conviver com meus penduricalhos, frangalhos e ferrugens. Essas lições não são nada fáceis nem doces. Mas o tempo vai dando uma mãozinha e essas andanças vão ficando menos arredias, menos amotinadoras. Quanto mais cicatrizo gostos atrozes, mais gostos rebeldes vão surgindo e, assim, recomeço o cerzir sem fim. Essas rebarbas doem mas, ao mesmo tempo, aveludam a alma e agigantam a razão de estar por aqui. Espero seguir nesse galope até o fim da linha, quando não terão mais penduricalhos, frangalhos e ferrugens pra domar. Daí o respirar perderá a graça e encantos, só lhe restando a chance de se calar de vez.