Desver...
Volta e meia as redes sociais nos trazem neologismos que acabamos por abraçar. Na linguagem facebookiana e tuitteriana, o inventado vocábulo “desver” - desfazer o ato de ter visto algo - surgiu como um termo jocoso, às vezes ofensivo - quando se trata de, deliberadamente, ridicularizar alguém, alguma coisa -, e ainda assim, sempre criativo.
Da minha parte, gostaria de ter “desvisto” muito do que já me causou grande impacto. Gostaria, por exemplo, de jamais ter visto as cenas do calvário de Cristo - no filme do Mel Gibson, de jamais ter visto cenas devastadoras de um tsunami real no Japão, da recente crise humanitária da população indígena no nosso país, e de prédios - com seus moradores, desabando no último terremoto na Turquia, entre outros tantos que, literalmente, me tiraram o sono.
Não coincidentemente, três dos exemplos que citei envolvem a relação do homem com a Natureza. Estamos sendo alertados sobre os problemas dessa relação e do descaso da humanidade para com o que nos garante (ou garantia) a vida, dia após dia. E o que fazemos? É certo que os eventos catastróficos naturais sempre existiram, mas hoje sabemos que podemos colaborar para o desaceleramento destes e, repito: o que fazemos? Cada vez mais desmatamos, poluímos, ajudamos a apressurar o processo natural para um, não tão impossível, "fim do mundo".
Chove forte por aqui. Chuvas dessa natureza são comuns a esta época do ano. O excessivo calor as fazem segui-lo e deslizamentos de terra e desabamentos colocam o Rio de Janeiro sob estágio de alerta. Mas continua-se a despejar lixo nas encostas, a desmatar para erguer-se casas nos morros - realidade de um eterno tirar o sono para muitos dos que precisam viver em áreas de risco, que é o que lhes resta.
O planeta pede socorro, e nós não "desvemos" nossas indiferenças.
E é preciso lembrar que, como ilustra a imagem, a Natureza sempre dá um jeito de reclamar o seu lugar...
*
Foto: Arquivo Pessoal
Volta e meia as redes sociais nos trazem neologismos que acabamos por abraçar. Na linguagem facebookiana e tuitteriana, o inventado vocábulo “desver” - desfazer o ato de ter visto algo - surgiu como um termo jocoso, às vezes ofensivo - quando se trata de, deliberadamente, ridicularizar alguém, alguma coisa -, e ainda assim, sempre criativo.
Da minha parte, gostaria de ter “desvisto” muito do que já me causou grande impacto. Gostaria, por exemplo, de jamais ter visto as cenas do calvário de Cristo - no filme do Mel Gibson, de jamais ter visto cenas devastadoras de um tsunami real no Japão, da recente crise humanitária da população indígena no nosso país, e de prédios - com seus moradores, desabando no último terremoto na Turquia, entre outros tantos que, literalmente, me tiraram o sono.
Não coincidentemente, três dos exemplos que citei envolvem a relação do homem com a Natureza. Estamos sendo alertados sobre os problemas dessa relação e do descaso da humanidade para com o que nos garante (ou garantia) a vida, dia após dia. E o que fazemos? É certo que os eventos catastróficos naturais sempre existiram, mas hoje sabemos que podemos colaborar para o desaceleramento destes e, repito: o que fazemos? Cada vez mais desmatamos, poluímos, ajudamos a apressurar o processo natural para um, não tão impossível, "fim do mundo".
Chove forte por aqui. Chuvas dessa natureza são comuns a esta época do ano. O excessivo calor as fazem segui-lo e deslizamentos de terra e desabamentos colocam o Rio de Janeiro sob estágio de alerta. Mas continua-se a despejar lixo nas encostas, a desmatar para erguer-se casas nos morros - realidade de um eterno tirar o sono para muitos dos que precisam viver em áreas de risco, que é o que lhes resta.
O planeta pede socorro, e nós não "desvemos" nossas indiferenças.
E é preciso lembrar que, como ilustra a imagem, a Natureza sempre dá um jeito de reclamar o seu lugar...
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Foto: Arquivo Pessoal