NUM FIM DE TARDE DE SEXTA FEIRA

Há um tempo atrás, uns anos passados, costumava me locomover de transporte coletivo e saia cedo de casa, indo trabalhar, para conseguir um bom lugar na janela do onibus. E sempre com meu bloco de papel e caneta na bolsa. Costumava anotar o que via no caminho e geralmente formulava versos a respeito.Escrevi muito sobre esse tema de cotidiano, das pessoas nas ruas, trabalhando, esperando condução, namorando nos ponto, e muitos textos estão aqui no Recanto.

Um dia há uns quatro anos e alguns meses, sofri um acidente: caminhando na via eu tropecei e cai, tentei levantar não consegui e percebi que havia quebrado algo. E,sim, mais tarde ,já internada na emergencia,o médico me disse que havia quebrado a cabeça do femur e que a solução seria uma cirurgia para colocar uma protese e que ela seria feita no primeiro dia util( estávamos em um fim de tarde de uma sexta feira) .

No ,local onde cai, depois de tropeçar em uma alça de tampa de bueiro, pessoas se juntaram para me dar atenção. Eu estava no chão, deitada, lÚcida e conversava com elas.

Alguem foi buscar agua pra mim.

E foi justamente o homem que chegou primeiro e ao conversar comigo, se identificou como um conterraneo meu( eu estavfa fora da minha cidade mas em local conhecido e com familiares) . Esse homem me disse o nome dele ( que prefiro não reproduzir aqui) e conversou muito comigo.Até rimos juntos!

O carro dos bombeiros chegou e me levou para o hospital. E acabi por não trocar contato com o rapaz.

Pedi a familiares e amigas que tentassem contata-lo para lhe dizer que me ajudou muito e o que tinha acontecido.

Ninguém atendeu meu pedido.Isso só era importante pra mim.

Já escrevi sobre isso algumas mvezes, sobre essa solicitude de pessoas, esse acolhimnto de estranhos em situações inusitadas.

Nem preciso dizer que meus planos foram neutralizados, minha vida deu uma guinadinha e poreu ter uma mente muito alerta e saudável, não permiti que a tristeza me atingisse causando alguma depressão. Reagi contra mim mesma ( teve um momento em que realmente me senti como inválida).

Claro que não andei mais de onibus. Ficou muito arriscado para mim, num daqueles solavancos normais posso ter uma luxação e voltar para a mesa de cirurgia.

E assim, não usei mais meu bloco de papel diante do panorama visto da janela do onibus.

Depois de muita fisioterapia voltei a minha vida quase normal, com certas restrições.

Mas ainda penso no rapaz que me ajudou, no conterraneo que não me deixou sozinha naquela calçada fria da chuva fina que caia em pleno clima de inverno do sudeste. Era inicio de Agosto.

E nunca mais voltei a tal cidade.

Hoje ,voces me conhecem, meus leitores mais assiduos, escrevo mais subjetivamente, ainda que os problemas sociais me incomodem , me anguestiem. Mas precisei entrar em mim para me adaptar a algumas novas condições e às faltas de algumas coisas.

Continuo pensando no tal rapaz que me ajudou e tentando um meio de poder dizer a ele que foi a Força que ele me deu naquela tarde ,ali no chão, que mais contibuiu para eu seguir em frente e aguentar firme as sequncias e consequencias desse acidente.

NINFEIA G
Enviado por NINFEIA G em 06/03/2023
Reeditado em 06/03/2023
Código do texto: T7734187
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