HUMOR QUE É MEU
Texto de Fael Velloso
Eu não sou mais de ficar rindo por aí. Já fui uma pessoa bem-humorada. JÁ FUI. Do verbo: Eu hoje sinceramente num tenho paciência pra muitas das coisas que antigamente eu teria.
Para alguns, posso ter me tornado um chato. Uma daquelas pessoas que acabam pesando a energia do lugar. Uma daquelas pessoas que, mesmo estando de boa, acaba passando a imagem de que está odiando tudo e todos ao seu redor. Pois é! Esse julgamento... Eu sinto esse julgamento num é de hoje. E olha, até mesmo quando eu era digamos, mais simpático, eu já levava essa fama de escroto.
Mas acontece. Existem exageros nesse lance de "Ah, é a idade!". A idade não chega para estragar tudo. Você pode chegar aos 40 ou 60 com a mesma alegria e pique dos seus 20 ou 30. Ou 30, 30 e poucos, você já pode dar indícios do que vem por aí na sua terceira idade. Mas comigo, comigo foi uma sucessão de decepções e aborrecimentos. O ser humano se tornou insuportável. O ser humano se voltou para a tentativa banal e até constrangedora de tentar a fama a qualquer custo. Seja fazendo idiotices (que na maioria das vezes é!), ou seja levantando bandeiras que nem lhes pertencem, mais pela vontade de ser visto, compartilhado, e ir parar num programa de tv preguiçoso aos domingos, do que realmente pela luta da causa.
E nesse tempo, coisa de uns dez anos para cá. O humor definhou. As pessoas, os jopvens, se tornaram "entrões", abusados, abusivos, e egocêntricos. Não me admira que um dia, o celular já seja considerado parte do corpo, e toda a vida real seja "backupada" para dentro de dispositivos. E já tô preparado para isso. Meu avatar já vai vir com um emoji vermelho, de raiva, xingando e derrubando todos os avatares alheios.
Passar bem.