EU LAVO MINHAS MÃOS
EU LAVO MINHAS MÃOS.
Certa vez, um juiz e administrador, reconhecendo a inocência do acusado, permitiu que fosse condenado, por motivos politicos.
"Lavo minhas mãos do sangue deste inocente. Crucificai-o vós mesmos."
Não levou em conta a Justiça, a Ética e, nem mesmo, a misericórdia diante daquele inocente flagelado e coroado de espinhos.
O mundo está repleto de Pilatos.
Quando somos coniventes com a corrupção e a injustiça, porque fazemos parte do esquema ou não queremos nos envolver, somos Pilatos.
Quando passamos pelas ruas e tropeçamos na indigência e miséria de crianças abandonadas e famílias vivendo em condições sub-humanas, e, simplesmente, os culpamos, por indolência, ou às autoridades, por inércia, mas nada fazemos, estamos lavando as mãos.
Quando vemos milhões de pessoas sofrendo por falta de políticas públicas eficientes, principalmente na saúde, educação e habitação, enquanto a classe dominante nada em orgias e privilégios espúrios, e ignoramos, somos juízes iníquos, como Pilatos.
Quando abandonamos, à própria sorte, os poucos politicos e administradores que se atrevem a tentar fazer a diferença, por acomodação ou motivos torpes, somos semelhantes a Pilatos.
Houve um homem, chamado Pilatos, há cerca de dois mil anos, que, tentando se equilibrar no meio político daquela época, não evitou condenar um inocente.
Hoje, imitando o mal juiz, lava-se as mãos diante da ignomínia e da injustiça, enquanto os pobres sofrem e morrem sem ter quem os defenda.
O inocente Cristo foi envolvido por uma artimanha política, onde seus acusadores foram selecionados à noite e manipulados para escolher Barrabás, o rei dos Ladrões, em seu lugar, em eleição fraudulenta e sob o olhar conivente de juiz corrupto.
A história se repete diante de nossos olhares atônitos.
Fica uma única interpelação:
- Vamos continuar lavando as mãos?