MEIO ALICE
Sempre fui meio Alice.
Li o romance aos 8 anos de idade e passei o resto da vida desejando sonhar embaixo de uma árvore com um ambiente fantástico, cheio de perigos, divertimentos, aventuras e personagens incriveis como o coelhoo,chapeleiro, o gato soriddente,a rainha corta cabeças.E crescer e diminuir sob o efeito de um suco. Talvez seja por ter lido Alice aos 8 anos que eu até hoje dou muito valor aos sonhos durante o sono.Gosto do lance de sonhar sabendo que nada daquilo é real já que o consciente fica na vigilancia enquanto o inconsciente faz a farra. Quando desperto e me reencontro com o mundo real, não me entristeço, não fico sentindo falta do que aconteceu no sonho. Esqueço e toco a Vida.
Apesar de gostar de dormir e sonhar, sou um tanto pragmatica, consciente de que há uma realidade concreta e objetiva agradável e ,também, bastante desagradável que, como ser humano moral e social, tenho o dever de lutar para transformar em uma realidade melhor para mim e a as pessoas ao redor.
Não é porque gosto de dormir e sonhar que assumo quimeras como coisas reais.
Há esse dois mundos, ambos maravilhosos, o dos sonhos do sono e o do cotidiano real da Vida. E Se eu quero um país das maravilhas no mundo real tenho de ajudar a construi-lo.
Mas eu durmo toda noite e nada me impede de sonhar. E continuo vivendo durante algumas horas, nesse mundo imaginário que Freud definiu como "uma realização (disfarçada) de um desejo (reprimido)".