CARIOCAS EM FÉRIAS

Todo mundo sabe que o povo carioca adora tirar sarro. Notadamente com nordestinos, bravos e destemidos cidadãos que migram de suas terras no nordeste em busca de empregos nas cidades grandes, sobretudo Rio de Janeiro e São Paulo.

Alguns conseguem a tão almejada realização. Uns permanecem para sempre, adotando a cidade, seu sotaque e modo de vida. Outros fazem seu pé de meia e logo que podem retornam ao seu torrão natal.

Os cariocas por sua vez os encaram como mão de obra necessária na construção civil, nas portarias de prédios e condomínios e outras ocupações que lhes cabem como alternativas de cidade grande.

O fato é que invariavelmente sofrem discriminações as mais diversas. Não só o povo, mas também a região Nordeste.

Mas quando os cariocas entram de férias, excetuando os de poderes econômicos limitados que buscam a região dos Lagos ou a Costa Verde, os que possuem poder aquisitivo mais abastados arrumam seus carros e buscam a BR 101 a fim de curtirem férias no litoral baiano ou em outros estados da região.

Carlos, a esposa e um casal de amigos que nunca haviam visitado praias além do Espírito Santo estavam maravilhados.

A viagem transcorria tranquila enquanto conversavam animadamente. Haviam saído de Porto Seguro, primeiro local visitado e a expectativa por conhecer outras praia era imensa.

A intenção era chegar em Maraú e de lá alcançar o Morro de São Paulo e suas praias.

Fazia-se necessária uma parada para descanso e reabastecimento. Resolveram parar na estrada em um posto de gasolina para o devido descanso.

Desceram do carro encantados com o visual e com os artesanatos indígenas expostos a venda pelos silvícolas que ali expõem seus produtos para venda aproveitando o grande fluxo de turistas naquela época em busca de praias e lazer.

André e Ana nunca tinham viajado para aqueles lados e estavam encantados. Comentaram com Carlos e a esposa como estavam deslumbrados.

Em dado momento Ana viu em um canto afastado da delicatessem um animal desconhecido por ela e ficou curiosa. Munida do celular aproximou-se com a esposa do Carlos ao senhor que segurava o animal por um arreio de corda. Perguntou se poderia tirar fotos ao que o dono do animal concordou balançando a cabeça. E começou a tirar fotos e selfies.

Carlos e André vendo a animação das duas aproximaram-se e percebendo que ao lado do animal havia um papelão onde estava escrito: "Vende-se".

Resolveram tirar sarro com o velho e perguntaram qual o preço do animal. O velho respondeu:

- Tô pedindo 500,00.

As mulheres exclamaram surpresas pelo valor pretendido. Então André disse:

- O senhor tá doido? 500,00 reais por um jumento? Só dou 50,00 reais no pau.

O velho prontamente respondeu:

- Não senhor. Só vendo o jegue inteiro.

Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 01/03/2023
Reeditado em 01/03/2023
Código do texto: T7730220
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