Saciando a sede

 

 

O tempo nos faz um tanto exigente e céticos, nessa viagem louca, nem sempre branda, a vida é muito mais estonteante, por onde seguimos as estradas nem sempre longas,  às vezes nos desviamos por veredas, até! Porém um percurso insistente, impertinente, o suficiente para retirar de nós a venda dos olhos, retirar a tranquilidade e a esperança ou até mesmo a vontade de seguir... a vida em sua brevidade nos saculeja, aponta caminhos errados,  e vamos nós tentando acertar, para chegarmos à lugares nem sempre satisfatórios, nem fomos nós quem trilhamos certos caminhos, culpamos então o destino, a sorte, o tempo, transformamos os nossos sonhos em algo infinito, para deles nos encantarmos sem desistirmos, e vamos suspirando, e o que é a vida senão sopros, desejos, por um céu inatingível, é como aqueles sonhos que quando neles caimos fundo, e acordamos, pois nada atingimos se pensamos e sonhamos demais, por isso nos aprofundamos em poesias, é que os pés fincados nos chão é um efeito triste, jeito de cortarmos as nossas asas, e a culpa não é do tempo, somos vulneráveis e o tempo é invencível, não temos a certeza dum amanhã, sendo que os únicos responsáveis por estarmos onde estamos, satisfeitos ou não, somos nós mesmos, e desejamos um amanhã com quem verdadeiramente amamos, mesmo sem termos a certeza de que o amor não é um sonho somente, nem sabemos se existimos, ou se somos uma louca fantasia, o existir é confuso demais, o que me sacia e dá a certeza de vida; os pássaros, a chuva, as flores, o amor e você, mas eu sei que pouco a pouco estou ficando para trás, o meu verdadeiro rosto se prendeu somente na alma, essa não envelhece, e envelhecer é dádiva que chega ou não.

Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 27/02/2023
Reeditado em 28/02/2023
Código do texto: T7729262
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