Vida Virtual
VIVEMOS num mundo que a cada dia se torna ainda mais refém da cultura do conformismo em relação ao mercado e às decisões do capitalismo e da mecanização. Não se sonha mais. Não se ousa contestar o status quo. Aceita-se fazer parte da manada e se deliciar em futucar nas maquininhas. Viramos seres virtuais, A mídia e as redes são o Grande Irmão. Está tudo dominado, até os livros impressos estão sendo banidos. Ler livros hoje é atestado de atraso. Viramos uma senha. Conversamos com as máquinas. Elas dizem, Ordinário! , e nós marchamos.
Quem ousa discordar é tido como louco ou caso perdido. É desprezado, vira marginal. É preciso se adaptar à “realidade”. É obrigação. Infelizmente. Seguir a manada é preciso. Sonhar não é preciso.
Que diria sobre essa realidade o saudoso Jorge Luis Borges que disse certa feita: “Você dirá que a realidade não tem a menor obrigação de ser interessante. Eu lhe replicarei que a realidade pode prescindir desta obrigação, mas não as hipóteses”.
Acabaram as hipóteses. Deletaram os sonhos. William Porto. Inté.