O copo e a taça
Na casa havia um copo e uma taça
O copo sempre lembrado e todavia cansado de tanto servir.
A taça com sua "chiqueza" sempre reservada
às ocasiões especiais.
Nela eram servidos dos vinhos mais nobres
ao champagner Louis Roederer.
Apesar da distância, tinham a mesma necessidade, serem lavadas e assim encontravam- se na pia da cozinha.
A taça sempre esnobe e debochada, rechaçava o copo, pela sua serventia.
O copo então decidiu defender seu valor:
Disse- lhe: -sou copo, sou simples, mas tenho meu valor, não somos tão diferentes assim. Feitos da mesma matéria, a mesma carência de sermos úteis, a sua função não torna a minha inútil
Se eu não existisse tu cumpririas esse trabalho que consideras inglório.
E no fim que nos espera independente da nossa serventia e do que supomos sobre nós, o destino que espreita é um só: Desaparecer e quiçá sermos acalentados e lembrados por aqueles que servirmos.
De nada vale a beleza, o luxo, a altivez, pois o fadário é inevitável.