EU FURTEI DE IMAGENS SANTAS NA IGREIJA.

* Incentivado pela crônica de ERcalabar.

"HOJE MINHA VÓ ROUBOU UM MENDINGO QUE ESTAVA DORMINDO"

Araraquara, penso eu que em mil novecentos e cinquenta e cinco/seis. Não sei ao certo.

Eu uma criança na época com cinco ou seis anos, minha irmã na época com seus onze ou doze anos.

Uma tarde ensolarada de um dia qualquer da semana, minha irmã incumbida por meus pais a fazer alguma tarefa no centro da cidade leva - me em sua companhia.

Comprido com sua obrigação leva - me a passear pelo centro da cidade.

Deveria ser por voltas das dezesseis horas, eis que a mesma adentra a uma igreja,( na é época eu nem sabia do que se tratava).

Ajoelha-se e manda para que eu faça o mesmo e pede para eu rezar o que também desconhecia.

A igreija sem uma viva alma dentro, apenas ela é eu.

Depois de alguns minutos ali ajoelhados e cabeça inclinada para baixo olhando para o chão, a mesma diz pronto já rezamos.

Aí começa a conversar baixinho comigo, e me diz:

- Está vendo aquela santinha ?

- Sim , a minha resposta.

- Embaixo dela tem dinheiro que as pessoas ricas deixam para que as crianças pobres.

Vai lá ergue a santinha e pegue o dinheiro que tem lá.

Titubiei.

- Pode ir, o dinheiro é deixado para nós.

Tudo bem vou lá e pego umas notas que estavam embaixo da santa, não posso mensurar valores.

- Tem moedas também?

- Sim, tem umas moedinhas!.

- Então as pegue também.

Vou e pego também as moedas e entrego o "donativo" a ela.

Ficamos um tempinho parados , nada acontece é então cochixa em meus ouvido:

Agora, vai naquele outro é veja se tem também.

Sem saber que estava praticando furto, obedeço, afinal a irmã mais velha sabe o que está falando e fazendo.(Ledo engano e inocentemente enganado).

- Agora aquele.

- Este nada tem.

A cada imagem pesquisada um tempinho parados e "rezando"

Depois de revistar quatro ou cinco santinhos saímos da igreja sem problema algum e feliz com o dinheiro deixado para os pobres debaixo das várias imagens diferentes que também na época desconhecia que "santo" representavam.

Bem, aí fomos a sorveteria, bares, sorvetes, bolos, balas, guaraná, guloseimas diversas.

Recebo uma ordem:

- Não conte nada para a mãe e nem "pro" pai.

É voltamos tranquilamente e felizes fazendo o trajeto para casa.

Eis que poucos minutos após chegarmos em casa, começa a minha barriga a sentir os efeitos da "mistureba" e quantidade do que foi ingerido.

Diarréia, várias e várias vezes no sanitário e a "dor de barriga" não passava.

Uns tempos depois, já crescido e um pouco mais consciente do ato praticado, aí é que não contaria mesmo aos meus pais.

... E em minha cabecinha, vira e mexe vinha um pensamento que até hoje às vezes vem.

Castigo dos "Santos" que eu furtei.

Vai saber!!!!.