FESTEJOS DO CARNAVAL

Recebi via zatizapi umas reportagens com participantes de desfiles de escolas de samba do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Há alguns anos que a minha cota de assistir aos desfiles dessas agremiações pela TV está esgotada.

É bonito, mas quem viu um, viu todos porque não há renovação no visual e os temas abordados nada acrescentam à cultura ou em última análise ao folclore regional.

O visual das moças nuas é lindo, um espetáculo à parte, mas serve exclusivamente para reforçar a ideia mundialmente generalizada de que toda mulher brasileira é puta em busca de um gringo endinheirado que lhe garanta vida farta sem a necessidade de trabalhar.

O samba de avenida perdeu toda a cadência do samba raiz. Agora é apenas marcha batida para que a multidão de participantes atravesse a pista do desfile dentro do tempo determinado pelos “especialistas” da “globosta” e essa obrigatoriedade tira a espontaneidade dos passistas e daqueles grupos de batuqueiros que, em posição de destaque, faziam malabarismos com seus pandeiros, tamborins e cuícas sem perder o ritmo nem o andamento do grupo.

Claro que a minha ausência não fez falta nem tirou o brilhantismo da festa que, seguindo o script, dará início a mais um surto de contaminação das novas cepas do vírus causador da pandemia que, dispensa licitações, abre cofres públicos, mantém a corrupção sistêmica e engorda contas bancárias dos laboratórios e importadores de insumos e equipamentos que, apesar do pagamento adiantado, nem sempre são entregues...

Hoje termina o feriadão do carnaval, mas damos início aos preparativos da semana santa, porque só depois dela é que o ano realmente começará para o brasileiro. Povo hospitaleiro e festivo que (ainda) não aprendeu a ser patriota nem tem ideia do que seja nação livre e próspera pelo exercício da honestidade, meritocracia, autodeterminação e cumprimento de leis igualitárias.