CAIR NA FOLIA
Prof. Antônio de Oliveira
Estou aqui, absorto, num momento de descontração e de reflexão. Pensando sobre o que escrever para este fim de semana. Uma crônica que se multiplicou. Envelheceu para mais de seiscentas. Tema livre. Ato que virou hábito...Não há assunto banal. Nós é que tornamos o assunto banal. Caso das mentes poluídas.
Não sei se a elogiar ou a criticar, um colega disse que eu seria capaz de redigir uma tese sobre o uso da cueca, se uso devido ou não. Como ele já se foi, prefiro tomar como elogio, sem tergiversar.
Sentado ao computador, olho para cima e contemplo minha estante de livros. Só livros básicos. Problema de espaço. Em nove línguas. Já fui bom nisso. Ou melhor, sempre gostei.
Voltando à folia, a primeira coisa a verificar é a origem da palavra que, não raro, não se sabe ao certo.Localizamos o termo “folia” no Auto da Sibila Cassandra, da obra do dramaturgo português Gil Vicente, século XVI.
Por sua vez, folião é aquele que brinca no carnaval, participa de folias ou, em geral, gosta de se divertir.
Quando descamba, a folia descamba para a orgia, equivalente às festas solenes de Baco, na Antiguidade. Época de carnaval, “carnevale”, em italiano. Traduzindo: Adeus, carne! Tempo de folia que precede a Quarta-Feira de Cinzas. Bom carnaval. Tudo tem seu tempo, sua hora.