Leilão de corpos - Por Vida Erin Zurich

É alto o número de candidatos no leilão de corpos promovido pelas redes sociais. - Sob a ótica de Vida Erin Zurich

Tire a foto da sua bunda do perfil da sua conta do Instagram e coloque logo em um poster de caminhoneiro, afinal de contas, é isso que aquelas que ganham a vida na horizontal faziam nos anos 80 e 90. Não é bonito e tudo o que olham é exatamente o que você quer que olhem: seu traseiro. Nada de conteúdo, nada de interesse, apenas um bom e clássico leilão, onde o número de corações virtuais é o que mais conta.

Seus músculos e suas costas não estão em um leilão onde o que dá o maior lance leva, portanto, não se preocupe em mostrar seu incrível bíceps recheados por anabólicos e wheys, já que a única coisa que você conseguirá é uma noite de prazer sexual.

Prazer este, que está bem longe do que se torna norte para uma vida toda.

Vendo a juventude com o ego fragilizado e com ambições de que seus físicos estejam em uma vitrine para que todos vejam, as redes sociais têm se tornado cada vez mais um mostruário do próprio corpo, servidos como se fossem um self-service.

Não apenas por mim, mas como fruto de muita análise, no final de contas, o que realmente conta não está relacionado ao bíceps mais forte que as mulheres acabam se encantando.

No final, o que conta de verdade é o sorriso mais cativante, o caráter mais firme, aquele que leva café na cama e que possui na ponta da língua as maiores gentilezas que um homem pode dizer a uma mulher.

E acredite, tudo isso pode vir de um homem magro, gordo, branco, negro, rico, pobre ou com o currículo acadêmico que seja.

No que se refere ao que os homens realmente desejam, pelo que tenho visto, são com aquelas que valorizam mais o sorriso que as poses no Instagram, com aquelas que gostam de passar um tempo a dois do que passar todo o tempo com outros 500 seguidores que constantemente massageiam seu ego.

Para a cama, eles levam qualquer uma, mas para que a mãe conheça, só aquela que ele tem orgulho e posso assegurar, sem medo de errar que não é mesma que possui como foto perfil no Instagram, um excelente traseiro, mas que no cérebro, não possui nenhum conteúdo.

Obvio que, com o ego tão fragilizado dessa geração viciada em exposição, facilidades e mente positiva, mostrar o sorriso sincero, aquele que se mantém mesmo depois de uma foto, é muito difícil, visto que nem sempre quem busca massagear esse ego para ter companhia para sexo vai querer inflar o vício por elogios de quem está disposto a tudo para obtê-lo.

Então, com as cortinas do circo abertas, o palhaço inicia o show de horrores onde meninas de 13 anos são apresentadas como produtos em um púlpito de exposição com um único objetivo: que cresçam os números, seja de likes, seguidores ou comentários.

Afinal de contas, vale tudo, até mesmo dancinha sem sentido para conseguir alcançar o céu, que não é o limite nesse caso.

O que nunca poderá ser dito é que as gerações de antes e de agora não foram avisadas, pois cartazes de pedofilia, sequestro, estupros e abuso infantil estão por todos os lados, basta tirar a venda dos olhos, os celulares das mãos e olhar ao redor.