Quando fui Iniciado, aprendi com os sapientes Mestres que a Ordem precisa daquele que é o poder, não daquele que tem o poder, ou seja, quem tem dentro de si qualidades de liderança, é apologista da verdade, da justiça, da honra e da fraternidade. Aprendi que muito mais difícil que a conquista do mundo é o dominio de si mesmo e que uma das coisas que devemos fazer é "vencer nossas paixões e submeter nossa vontade". Aprendi também que não deveria exibir a Viúva no mundo profano, senão pôr no máximo um adesivo de carro ou um distintivo discreto de lapela e ponto final. O que é de Loja é de Loja.

     Disseram-me, quando aprendiz, que nem as  fotos que fazemos dentro de Loja devem sair da privacidade dos círculos da Ordem. Os sinais, toques, palavras, posturas ritualísticas, são invioláveis.

     Aprendi que foi agindo sem holofotes que a Ordem fez muita coisa pela humanidade. Foi na obscuridade e no silêncio que manteve sua força.

     Agora com as redes sociais vejo de tudo. Pessoas que precisam a qualquer custo serem reconhecidas como tais. Pessoas que necessitam aparecer e se mostrar exibindo joias, cargos, títulos e graus.

     Com isso vejo, entristecido, uma Ordem repleta de pavões medíocres, incapazes de estudar os princípios básicos da Arte Real, e se forçar um pouco mais, nem sabem por onde andam os rituais. Pior que ter essas pessoas dentro da Ordem é tê-las como seres vaidosos, egocêntricos, doentes e carentes de bajulação de profanos entupindo as redes sociais de coisas que deveriam ser privadas, discretas e altamente confidenciais. Lugar de Irmão, mesmo o Pavão, se paramentar é em Loja e não em redes sociais.

 

Autor Benedito Morais de Carvalho (Benê)