Adeus

Melancolia:a preocupação mais completa!Não se pode dizer que um tristonho é vil por não se precupar com o sofrimento de outrem,não hã impassibilidade em alguém assim.O fato é que a mágoa é uniforme,se estou cabisbaixo por ti me apresento em mesmo espírito por um mendigo ou por uma tragédia qualquer.Mas se dizes que pelos outros elementos tenho apenas compaixão,eu respondo:lhe tenho,também,com-paixão.

Sente-se,minhas divagações só se sustentam contigo.

É interessante notar a cordialidade que nos afeta no fim,essa educação ainda constrangida,sorrisos e olhares amarelos lançados de esguelha...de cabeças baixas somos culpados de uma voluptuosidade sacra!Não,não fale,é melhor não haver um encontro de vozes!

Discussões são demasiado tempestuosas para os nossos ouvidos que há pouco,quando deixaste uma lágrima cair,provaram do silêncio etéreo.

Somos iníquos ,é verdade,matamos uma união,mas nossos espíritos envelheceram,estão pálidos e tornaram tudo efêmero.Assim como eu deves acreditar que a culpa não é do mundo e suas circunstâncias,o fardo desse desamor foi provocado por nossas inconstâcias.

Creia-me,não é nenhum amargor ou ressentimento,basta olhar-se pálida no espelho e verás que ainda soluço nos teus olhos...foi uma desarmonia de nossas sombras,cansaram de tanto se embaraçar.

Isso,cantarole algo nostálgico que o vento canta contigo.

Agora que me ouviste e partes saiba que ao passo em que és a Lua eu sou a Aurora,não nos encontramos por que nossos céus estão distantes...

(E vento sopra seu ruído da tarde.)

11/11/05

16:46

ralv
Enviado por ralv em 27/11/2005
Reeditado em 11/05/2009
Código do texto: T77220