A VAIA DO SILÊNCIO

Escrevo porque sou um teimoso dedicado ao beletrismo, e também, por outro lado, é que já me tornei um veterano viciado nessa lida inglória. Assim como os artistas, que mesmo pagos regiamente somente se sentem plenamente realizados ao receber os aplausos, nós escritores desejamos ser lidos e, aqui e ali, auferir os louros das boas e más críticas através dos comentários.

Entretanto, para nosso desengano, nem ganhamos leituras nem o afago dos comentários, salvo raríssimas exceções. E nesse caso, permanecemos marcando passo sem sair do lugar. Quais são os motivos dessa indiferença? Será que nos falta talento, escrevemos mal ou não possuímos nenhuma criatividade capaz de sensibilizar aqui e alhures? Ou tudo se resume na escolha do tema e seu desenvolvimento literário? Decerto a junção de tudo isso e algo mais, vá saber.

Porém, como acima pontuei, sou renitente, genioso e desobediente, portanto insisto na teimosia de continuar jogando palavras e frases ao vento, semelhante aos frequentadores de barzinhos que enquanto bebem ficam jogando conversa de miolo de quartinha fora. Se mil lerem, ótimo, mas se apenas um ou nenhum ler, tudo bem, prosseguirei jogando as sementes de meus textos no solo de todos os corações. Com ou sem aplausos.

Gilbamar de Oliveira Bezerra
Enviado por Gilbamar de Oliveira Bezerra em 16/02/2023
Reeditado em 17/02/2023
Código do texto: T7721055
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