"A Viagem espera para recomeçar..."
Eu tinha assistido a uma reportagem sobre os quase vinte anos do lançamento de "Journey To The Centre of The Earth", de Rick Wakeman, no Vídeo Show, em janeiro de 1993. Aquilo mexeu comigo. A famigerada parte que o músico britânico pegara emprestado de "Hall Of The Mountain King", de Grieg, apelava ao meu coração... Ao fim de 1994 eu comprara o CD original (o qual mantenho comigo até hoje!). E, em fevereiro ou março de 1995, eu tinha lido uma antiga edição de "Viagem Ao Centro da Terra", pela Companhia Brasileira de Distribuição de Livros (ou algo assim). Era um exemplar de 1970 (talvez nem Wakeman sonhasse em interpretar o tal livro de Jules Verne...) e com alguns desenhos típicos de época.
Esse exemplar marcou demais minha vida. De uns dias para cá, ao procurar por ele numa de minhas caixas de papelão, achei-o. Ele continuar tendo um valor sentimental enorme para mim.
Eu o lera numa época de muitos sonhos (ao fim de minha adolescência). E pretendo fazê-lo novamente ainda nessa semana que está para findar. A emoção dessa releitura não terá o mesmo peso que teve a primeira vez, mas ao menos serve como uma revisita para buscar algo que porventura eu deixei para trás. Essa só pode ser a obra-prima de Verne.
(Minha professora de Geografia, à época – Eliana – respondeu a minha pergunta sobre ser possível viajar ao Centro da Terra, negando essa possibilidade logo de cara. O que o Professor Lidenbrock fizera, junto com seu sobrinho Axel e o guia Hans, com efeito, foi adentrar alguns dos "úteros da terra" [expressão que eu uso para me referir às cavernas]. Mas esse ingresso nas entranhas da Terra se deu de um modo fantástico, como numa viagem para dentro deles mesmos, num ritual simbólico, de autoconhecimento.