Nem Todo Bem Que Fazemos é Certo

Por Nemilson Vieira de Morais (*)

Saímos do terminal de Belo Horizonte debaixo de forte chuva e ganhamos a BR O40, sentido Planalto Central. — Com essa precipitação a cair sobre nossas cabeças, até às 23h.

Chegamos na rodoviária do DF, 5h da manhã. Comprei outra passagem, aguardei mais de 4h para o segundo embarque a "terrinha".

Um homem branco de camisa vermelha, short escuro e tênis. Com maquiagem acentuada, circulava livremente pelo espaço rodoviário a pedir dois reais (sempre estipulando o valor há receber); segundo ele, para completar sua passagem de metrô (seria mesmo com essa finalidade?).

No campo da minha visão me pus a contar as abordagens que ele fazia... Comigo foram 10 pessoas abordadas nesse seu rápido giro de pedinte.

Desse montante de seres (vítimas?), um desses tirou da sua carteira exatamente o que pedira: os R$200 reais e-lhe deu.

Em décadas anteriores trabalhei em Campo Belo (MG).

Nessa cidade mineira, por força de Lei, a população local é expressamente proibida dar dinheiro a pedintes.

— Caso haja denúncia ou flagrante desse ilícito, o cidadão-infrator, será devidamente penalizado...

Essa atividade de pedição de dinheiro deveria ser proibida, por outros lugares da federação, mas não é.

Não sou "mão de vaca", pago com o maior prazer um alimento a alguém que necessite, deseja e me peça; mas, dar dinheiro é complicado e desaconselhável.

No intuito ou bom gesto do fazer de um bem, às vezes se faz o mal...

Em muitos casos, nem aos bichos (como os pombos e outros animais) é bom darmos-lhes alimentos no bico... Por enes motivos.

Prova disso constatei ao deparar-me no salão do terminal, com um enorme cartaz aberto, em avisos explícitos, impressos, com os dizeres: "Não alimente os pombos!"

Explicava sobre as complicações à saúde humana advinda dessa prática, e alertava quanto a existência e o descumprimento da legislação a fim, em vigor.

Nem todo bem que fazemos é necessário, é legal é bom que se faça.

*Nemilson Vieira Acadêmico,

Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.

(15:02:23)