MULHERES CAMPONESAS
MULHERES CAMPONESAS
Amélia Luz
Mulher? Que estranho ser! Mulher companheira, do homem o braço direito, dos filhos o coração, da família a direção no olhar intuitivo indicador de rumos...
Mulher camponesa entre alegrias e tristezas força no campo para encher o paiol trabalhando de sol a sol tangendo o gado ao lado do marido dividindo o fardo do trabalho penoso a fazer...
Mulher, que estranho ser. Colhendo o trigo preparando o pão carregando a água da fonte com os ombros vergados ao peso dos baldes cheios. A mão de pilão, o bater ritmado esfarelando os grãos, a horta a plantar folhas verdes sob a neblina da manhã.
O ferro de brasa, a roupa lavada, o esforço de passar cada peça e depois empilhá-las deixando-as ao ponto de uso. As criações, o galinheiro, as poedeiras, as ninhadas de pintinhos a canjiquinha para alimentá-los. O chiqueiro e os porcos na engorda, o vasilhame cheio para lhes dar de comer. O dia de matar o porco e o esforço de preparar tudo condicionando em latas a gordura, as carnes e a barrigada a preparar linguiças, chouriços e outros pratos de preferência de todos.
No avental a semente para plantar na terra preparada, esperando o alimento brotar de suas mãos santas...
Juntando o feno, juntado os grãos vigiando o gado leiteiro separando os bezerros e, na espera, a costura entre os dedos calejados nos remendos coloridos das roupas cansadas...
O córrego, as pedras, a cantoria para espantar tristezas e a trouxa de roupa para lavar, bater e alvejar e só depois pendurar nos varais pesados esperando a hora de recolher.
Os cestos cheios, as panelas ardendo no fogão a lenha, as crianças ao redor esperando a refeição!
Mulheres camponesas entre alegrias e tristezas com certeza, Deus, com sua mão de Criador perfeito, a dotou assim, desse jeito como um ser divino, multiplicador, com o poder de dar e zelar vidas!
E muita gente grande ainda diz que não acredita que haja anjos sobre a terra...