Bate forte coração velho
Farofa, tapioca, quentinha, que saudade!!!! Na beirar do fugão a lenha, a chaleira fumegando logo sai o café, chove lá fora-o rinchar dá sete léguas no piquete, certeza que espera o balde de milho debulhado, nem friozinho da água que cai afasta os bichinhos do terreiro.
Assim as lembranças aumenta a dor do peito, essa saudade que sinto aumenta a falta, e faz sofre a perda. Ela é um apego e desapego misturado.
Parece que tempo em que vive, a saudade se multiplica, se diversifica, e se juntou com o luto, com falta e com ausência. Se juntou com culpa e frustração, com medo e negação.
Se misturou com o desbunde caprichado do malandro, que dá um desenrascanço pra se livrar da culpa. Se misturou com a não vontade de comer as quentinhas no trabalho no meio de todo mundo, de sentar no domingo com a família e brigar pra ver de quem é a farofa mais gostosa, de passear na feira e comer uma tapioca no meio multidão.
Mas se misturou como estar apaixonado por alguém que partiu, com a vontade de receber o cafuné do xodó que não está mais aqui.
Daí, ela deixou uma melancolia, um caroço na garganta, um olho molhado, um lugar vazio, um peito quebrado.
Deixou solidão, desamparo, recolhimento. Vazios escuros e profundos dentro de um coração.
Essa saudade é faca dois cumes que corta no meu peito, são palavras de um velho amigo meu de quem sinto saudade.
E enquanto ela está, vou fazendo gambiarras pra acreditar que o mundo voltou ao normal, tentando deixar as lembranças e o coração embaixo do travesseiro quando acordo de manhã.
Só pra não sentir o peito queimar.