DIVAGAÇÕES SOBRE AS FORMIGAS LABORIOSAS
Hoje amanheceu chovendo. Por este motivo deixei de observar a procissão das formigas laboriosas que sempre ocorre numa pequena área de lazer do condomínio onde moro. Não sei se outras pessoas já constataram esse cenário. Diariamente, quando vou pegar o jornal, o qual sou assinante, após passar a vista em algumas notícias, a minha atenção se volta para a procissão incansável de centenas de formiguinhas que vão em fila, carregando minúsculos fragmentos de folhas de uma árvore ali plantada. Então é aquele sobe e desce no tronco e galhos daquela árvore e depois ainda percorrem vários metros até ao formigueiro. Esta labuta só termina em paz quando o dia escurece ou quando, infelizmente, algumas crianças começam a afugentá-las com as suas brincadeiras.
Particularmente, gosto de presenciar este périplo diário destas formigas que não estão nem aí com o canto de alguma cigarra, como foi narrado na fábula de Esopo que conhecemos. Então fico observando o desenrolar daquele trabalho organizado e persistente, ao mesmo tempo em que tento imaginar como aquelas formiguinhas se entendem, interagindo-se numa atividade como aquela, visando a provisão do seu sustento. Acho inclusive até interessante quando as que estão regressando do seu esconderijo e se deparam com as companheiras que vão carregando a sua carga e parecem até que se cumprimentam: "E aí, quer uma ajudinha?". Em seguida, cada uma toma o seu caminho. Não se percebe nenhuma ali parada como se fosse chefe ou líder e ficasse apenas observando, organizando aquele labor silencioso. Cada uma ali parece que sabe da sua obrigação.
Sinceramente, não entendo nada de formigas e muito menos de pessoas e até imagino e admiro quem tentar e sabem entendê-las.