Domingo chuvoso
Domingo chuvoso (José Carlos de Bom Sucesso)
O cantar do pernilongo, no ouvido, anuncia que o dia já está amanhecendo. A última badalada é ouvida no relógio de parede pendurado na copa.
Rola-se na cama de um lado para o outro. Madrugada quente. Os raios solares ainda não apareceram e nem mesmo a aurora matinal ainda foi vista. O galo cantou, mas o sono era bem forte que não ouviu a melodia. Tudo escuro ainda e pela fresta da janela não se via sequer algum clarão.
De repente, o forte clarão ilumina a pequena fresta da janela. Não são os raios solares, nem mesmo a luz que se acendeu no quarto ao lado, mas logo após o clarão, o forte estrondo do imenso e poderoso trovão rasga o silêncio do quarto que se estremece dando susto no casal feliz, que dormia naquele local.
O gatinho corre desesperadamente de sua caminha na copa e vai direto para a cama de sua dona, a qual acordava lentamente com o som do poderoso trovão.
Lá fora, a enxurrada lavava tudo o que havia pela frente. As águas da chuva caiam como cachoeira dos telhados e repousavam nas calçadas, que direcionavam aos bueiros já repletos de água.
Clarões de relâmpagos, barulhos de trovões, ventos soprando nos galhos das árvores iam transformando a manhã de domingo em um dia chuvoso. Não se ouvia o cântico dos pássaros ao amanhecer, nem mesmo o solitário galo cantando ao raiar o dia. Todos estavam assustados, pois a chuva era intensa e forte temendo a cada um.
Assim, deram sete horas, oito horas e somente por volta das nove horas da manhã é que a chuva brandou e com ela a enchente no corguinho, alguns galhos de árvores caídos pelas ruas, folhas caídas...