Meu pai
Estou sempre relembrando meu pai. Um homem absolutamente especial.
Cafeicultor no sul de Minas, amava suas terras, seus cafezais, mas, vicissitudes da vida, o levaram vender a propriedade rural e ir viver na cidade grande; não, não foram dívidas ou desmedida ambição, foi para atender aos filhos que não se adaptavam à vida na agricultura. Queriam outros voos, urbanos.
Quanta bobagem! Mas, na justa medida, tudo deu certo para a prole, não para meu pai que sempre e sempre remoeu a saudade da sua terra, sua vida anterior à mudança.
Muito inteligente, lúcido até o fim dos seus dias (exceto, meu Deus, 30 dias em coma antes da definitiva viagem), pouco soube do meu amor por ele. Antigamente, meninos quase nunca deixavam transparecer emoções, não era "coisa de macho", nos dias que correm, pelo menos nisso, o mundo melhorou e muito, já é possível falar de amor sem freios imbecis.