Em 1985 consegui o cargo de Secretaria Executiva em São Paulo. Nessa Empresa eu me desenvolvi muito profissionalmente; no entanto, nunca consegui ter aquela objetividade de uma Secretária desse nível. Eu era a protetora dos fracos e oprimidos e, muitas vezes, meu chefe tentava me ensinar que eu tinha que ser muito discreta e me colocar na minha posição. Eu era amiga dos guardinhas-mirins e por eles eu tinha uma afeição muito especial.
Um dia houve um problema trazido ao meu chefe que um deles, o Fernandinho, havia roubado dinheiro da caixinha do departamento.
- Impossível! falei indignada! Eu coloco a mão no fogo pelo Fernandinho! Ele nunca faria isso!
Ser uma Secretaria Executiva passional não era uma boa receita! Meu chefe olhou para mim de um modo bondoso e disse: “Vamos ver, Mary, precisamos investigar!”. Dias depois tudo foi provado por um vídeo que mostrava claramente o Fernandinho tirando o dinheiro! E eu olhava aquilo como se fosse um filme de ficção científica!
No dia seguinte meu chefe me chamou.
- Mary, estenda suas duas mãos para mim! Obedeci, e com aquele sorriso de paizão ele disse: “Aprenda essa lição querida Secretária - nunca coloque a mão no fogo por ninguém!”.
Lição aprendida!