BRASILEIROS BARRADOS NA ESPANHA

Esta semana, assistimos mais uma vez pela televisão, que brasileiros foram interrogados, barrados e deportados de um país europeu. Isso é triste e preocupante!

Os europeus quando chegam aqui, nesta terrinha de ninguém chamada de Brasil, usam, abusam, reusam e quando não lhes sobra mais nada, eles vão embora, mas deixam aqui, seus dólares e Euros, importantes para a sobrevivência do turismo nacional.

Se eles usam, abusam e reusam, com certeza é porque nós mesmos aceitamos este tipo de comportamento e sempre esperamos a mesma cortesia se caso visitarmos eles; isso sim é utópico e descabido.

Todos os paises ricos da Europa, Japão, Austrália e Estados Unidos, estão acostumados com riquezas; estão acostumados com pessoas os visitando, com os bolsos cheios de dinheiro e logo-logo tendo que ir embora e não como eles fazem aqui; estas pessoas que chegam ao Brasil para fazerem turismo, normalmente são pobres em seus países, mas seus dinheiros valem muito mais do que os de muitos que se dizem ricos aqui.

Além do mais, a Europa já está cansada de receberem prostitutas e travestis brasileiros, que fazem uma verdadeira zona em cidades como Amsterdã, Roma, Paris e Barcelona. A Suíça de tanto receber brasileiros aventureiros, a maioria sem nenhuma qualificação profissional, já começa a fechar suas portas para nós.

Esta semana, um grupo de “brasileiras” que chegava a Europa pela Espanha, foi barrado ainda na alfândega, levados para um interrogatório e depois deportados. A imprensa daqui noticiou o fato e argüiu do Itamaraty uma explicação sobre o caso e a resposta veio em tom simples e claro: - “Apesar da Embaixada do Brasil não ter sido comunicada do fato, a Espanha não tem dever algum de deixar quem quer que seja permanecer em seu solo”. As moças juraram serem turistas, mas ninguém viu se elas tinham mesmo condição de provar isso.

Isso mesmo. Embora tenhamos acordos bilaterais com várias nações, nenhuma delas é obrigada a deixar os brasileiros entrarem e permanecerem. Se por acaso alguém for trabalhar, estudar ou praticar algum negócio comercial nos países que não exigem “visto” de entrada, que é o caso da Espanha, estes pretendentes precisam de permissão prévia da embaixada ou consulado aqui no Brasil. Estes tipos de procedimento lhes resguardam de possíveis constrangimentos, como o ocorrido com as moças que diziam estar a turismo.

Hoje, miseravelmente, um brasileiro que deseje estar em qualquer país da Europa, deverá provar poder gastar pelo menos U$ 100,00 por dia (miseravelmente), sem contar despesas extras e passagem, caso contrario, estará mentindo. Traduzindo isso, uma estadia de 10 dias em poucas cidades européias sem luxo, custará, desgraçadamente, ao turista, R$ 2.000 + passagem.

Lembro de duas histórias; uma aconteceu comigo, quando em 2003 estávamos eu e o Bruno Rodrigues tentando entrar de carro para a Argentina e as autoridades argentinas negaram a entrada ao Bruno por ele não estar nem com o Passaporte, muito menos com a cédula de identidade brasileira; a outra aconteceu recente com outro amigo, Geraldo Lima, que pretendeu visitar os Estados Unidos para pesquisar possíveis negócios e ao chegar à entrevista consular, requisitando um visto de turista, foi aconselhado a requisitar um “visto de negócios”, que é muito melhor, mais confiável e acessível para poucos; e foi aprovado. Tudo isso faz parte de acordos bilaterais que podem ser executados pelas duas nações, mas como eu já citei o Brasil não impõe quase nada de regras e aceita tudo e todos que lhe pede “visto” ou permissão de entrada.

Qualquer que seja o país, menos o Brasil, quer apenas que os “bons” ou “muito bons” os visitem; qualquer nação quer ver o turista gastador, educado e freqüente (menos o Brasil); aqui não, aqui é tudo diferente; as pessoas chegam, traficam, seqüestram, matam, ficam, e vão ficando e quando a coisa aperta; quando a polícia federal dá um arrocho, eles vão de ônibus para o Paraguai e voltam no mesmo dia com um visto renovado para mais 3, 6 ou 9 meses e com pouco tempo, já recebem a cidadania brasileira. O pior é que o brasileiro fica esperando o mesmo; é aí que eles, se ferram.

Mas o que podemos esperar de uma nação que deixa suas crianças morrerem de fome, sede e doenças, enquanto isso ajuda outras nações com dinheiro para salvarem suas economias? Nada... Nada; não podemos esperar nada!

O perfil do turista estrangeiro que chega ao Brasil é em geral, assalariado de baixa renda em seu país de origem; pessoas que ganham pouco, mas que são doutrinadas há guardar um pouco para gastar nos trópicos. Já o perfil do brasileiro que vai para países ricos, ou são magnatas aqui e estes jamais pensam em ficar ou são pobres que vedem tudo para poderem comprar uma passagem de ida e volta, mas já pensando em não voltar.

Apenas para comparação e informação, uma diária em baixa estação num bom hotel de Copacabana, frente mar, como o Pestana Rio Atlântica, fica em torno de U$ 120,00 com café da manhã e outros mimos. Quando eu morei no Texas, costumava ir para o Novo México e dormir na estrada, em moeis de quinta categoria, tendo que desembolsar algo em torno de U$ 160,00. Um bom hotel em Nova Iorque, na região de Manhattam, hoje custa algo tipo U$ 600,00, sem muitos mimos. Esta é a diferença que mostra quem é quem nesta história de turismo.

Eu não afirmo ter sido bem feito à operação que barrou aquelas brasileiras na Espanha, mas afirmo que eles estão nervosos com terrorismo, quebradeira de bolsas, queda do poder econômico, calor exacerbado e ainda tem que tolerarem prostitutas e travestis do Brasil; isso é o fim do mundo para quem tem vergonha na cara.

Experimente ir para os Estados Unidos ou qualquer outro país de respeito com vários cartões de crédito internacional, dinheiro no banco, um bom emprego e ficar num hotel de luxo, para ver se alguma embaixada ou consulado lhe negará visto?

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

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