Que fim levaram as padarias populares?

Venho reparando há anos nesse fenômeno. No Rio de Janeiro não é muito fácil encontrar padarias populares, daquelas pequenas, sem muita variedade e em geral negócios de família. Foram substituídas por grandes padarias-confeitarias, que muitas vezes também são lanchonetes e até mercadinhos.

Entretanto cobram os olhos da cara. Dizem que o pão francês é tabelado, mas há diferença nos preços entre panificações populares, de luxo ou padarias de supermercado.

Outro dia estava eu numa dessas panificadoras elitistas e tendo pego o pão francês, fiquei olhando à procura de algum produto para dar mais gosto ao lanche. Mas estava tudo absurdamente caro. Uma atendente, vendo a minha hesitação, perguntou se eu precisava de ajuda. Aí a minha franqueza funcionou. Devo ter dado um sorriso amarelo e respondi: "O que está me assustando são os preços".

Nenhuma resposta. Ela certamente ajudaria a encontrar algum produto, mas o freguês queixar-se do preço é tabu.

Há mais de vinte anos venho percebendo o fechamento de padarias populares. Mas o povo não ficou mais rico.

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