Liberdade
Às vezes penso que ser livre nos dias de hoje, me mantém mais presa que antes. O preço da liberdade... É salgado e doloroso demais.
Afinal, ser livre é uma bandeira que sempre desejamos levantar. Liberdade é vento, ventania, isso é divinal!
Ir e vir sem ter porque, sem ser questionado nem questionar, é o sonho azul de cada um. Era o meu sonho também. Eu imaginava assim...
Acordar, ver a “cara” do dia, respirar, tomar banho, comer e vestir meu belo jeans desbotado, tênis e camiseta e arrumar os cabelos... ah, meus cabelos tão longos e cacheados, soltos ao vento em protesto contra tudo que era liso e simétrico emolduravam um puoro olhar, quase inocente olhar...
Meu perfume! Esse ainda é o mesmo...meu cheiro, marca registrada..."Tamango", questão de gosto, pois existem outros.
Depois, ouvir música. De Jimmy Cliff e Bob Marley a Gilberto e Caetano, transitoriedades urbanas!
A porta se abre! Uma voz, um andar, um olhar incisivo...
E eu ali sentada, calada “bolada”, enquanto minha avó lia versículos do Alcorão...e eu pensando – “ que merda é essa” ?! Era a liberdade de poder pensar...pensar que mais tarde viria o padre rezar o terço e eu tinha que “comer” a Hóstia...que conflito! Católica / Muçulmana, Jesus/Mohammad, Deus = Allah, véu ou biquíni?!
Que merda é essa?! Eu nunca sabia se falava “ OI” ou “Marhaba”,pode??!
Hoje posso falar e pensar tudo que eu quiser, usar calça jeans rasgada, cabelos com luzes ou mechas, ir e vir, ponderar e decidir se vou dormir ou teclar...e daí?! O que mudou?Nada. Nada muda...tudo sempre tão igual, minha avó ainda lê o Alcorão, novas prisões são levantadas bem na nossa cara. Então a liberdade é só o poder de pensar “que merda”?! Mesmo assim, ainda dói porque tem que saber quando pensar e em quem pensar, senão, “ta fudido”! E como sou livre, posso gozar a sensação de dizer isso de boca cheia, sem ter os olhos de minha avó me fitando ou dedos em riste me dizendo não pode. Mas ser livre para que? De que me vale essa pseudo liberdade se estou presa a outras coisas, tantas regras, pode não pode! E o pior é que estou presa pelo coração... essa é a pior prisão que existe...pois você nem me vê!
Nada mudou... saudades da minha avó sempre... véus que não caem...
Ah, só meus cabelos eu cortei!
Às vezes penso que ser livre nos dias de hoje, me mantém mais presa que antes. O preço da liberdade... É salgado e doloroso demais.
Afinal, ser livre é uma bandeira que sempre desejamos levantar. Liberdade é vento, ventania, isso é divinal!
Ir e vir sem ter porque, sem ser questionado nem questionar, é o sonho azul de cada um. Era o meu sonho também. Eu imaginava assim...
Acordar, ver a “cara” do dia, respirar, tomar banho, comer e vestir meu belo jeans desbotado, tênis e camiseta e arrumar os cabelos... ah, meus cabelos tão longos e cacheados, soltos ao vento em protesto contra tudo que era liso e simétrico emolduravam um puoro olhar, quase inocente olhar...
Meu perfume! Esse ainda é o mesmo...meu cheiro, marca registrada..."Tamango", questão de gosto, pois existem outros.
Depois, ouvir música. De Jimmy Cliff e Bob Marley a Gilberto e Caetano, transitoriedades urbanas!
A porta se abre! Uma voz, um andar, um olhar incisivo...
E eu ali sentada, calada “bolada”, enquanto minha avó lia versículos do Alcorão...e eu pensando – “ que merda é essa” ?! Era a liberdade de poder pensar...pensar que mais tarde viria o padre rezar o terço e eu tinha que “comer” a Hóstia...que conflito! Católica / Muçulmana, Jesus/Mohammad, Deus = Allah, véu ou biquíni?!
Que merda é essa?! Eu nunca sabia se falava “ OI” ou “Marhaba”,pode??!
Hoje posso falar e pensar tudo que eu quiser, usar calça jeans rasgada, cabelos com luzes ou mechas, ir e vir, ponderar e decidir se vou dormir ou teclar...e daí?! O que mudou?Nada. Nada muda...tudo sempre tão igual, minha avó ainda lê o Alcorão, novas prisões são levantadas bem na nossa cara. Então a liberdade é só o poder de pensar “que merda”?! Mesmo assim, ainda dói porque tem que saber quando pensar e em quem pensar, senão, “ta fudido”! E como sou livre, posso gozar a sensação de dizer isso de boca cheia, sem ter os olhos de minha avó me fitando ou dedos em riste me dizendo não pode. Mas ser livre para que? De que me vale essa pseudo liberdade se estou presa a outras coisas, tantas regras, pode não pode! E o pior é que estou presa pelo coração... essa é a pior prisão que existe...pois você nem me vê!
Nada mudou... saudades da minha avó sempre... véus que não caem...
Ah, só meus cabelos eu cortei!