Tecendo a vida com etéreos fios  - BVIW

 

Ela, a Moça Tecelã e eu acordamos bem cedinho, enquanto a moça, de Marina Colasanti, deixa-se envolver com os coloridos fios a deslizarem em seu pensamento e  tear... Deixo entreaberta a janela do quarto, e assim, as sensações e aromas de mais um dia comum, modo ativado fazem-me companhia.

 

Há neste bem-vindo despertar  além  do encontro com o espelho, tal qual a personagem do instigante conto, uma vontade de mudar as cores d’alma que de certa forma tecem com etéreas linhas as imagens da vida, nem sempre alegres, algumas delas que se distanciam do olhar tingidas por despedidas, delineadas por monólogos ou mensagens não enviadas.

 

Sinto que as horas desse dia comum, mas incomum e único em sua essência prosseguem num ritmo que acaricia, lentamente, os ponteiros do relógio; agora percebo na janela azul uma andorinha, que fez uma pausa em seu voo e por segundos teceu um sorriso em meus lábios com aroma de romã: amor...