Meus amigos virtuais
Uma legião de contatos que se encontra na internet, mas na verdade nem chega a conversarem pessoalmente? Não tem a proximidade, quem realmente está perto de você? Na maioria das vezes o vizinho do prédio em que mora ou quem está do outro lado do mundo mas está sempre online e conversa com você? É a partir das resposta que se dá a essas perguntas que conseguimos ter uma noção da proporção do problema social gerado pelo embaçar dessas questões. Conforme o proposto pelo título desse texto, o objetivo aqui é falar sobre a solidão que atinge a tantas pessoas e acabar por desencadear a depressão e outras doenças psicossomáticas.
O fato é que pode parecer muito estranho o fato de alguém se sentir sozinho no meio de uma multidão que nos rodeia. Somos constantemente atingidos por uma série de informações, imagens, sons, sempre estamos na companhia de alguém, mas mesmo assim nos sentimos sós. Antigamente, as pessoas em filas de esperas, seja em banco ou no médico, costumavam aproveitar o tempo ocioso para ficar conversando, já ouvir dizer que dessas conversas saíram boas amizades.
Acontece que hoje em dia está cada um em seu lugar, em sua rede social e ninguém diz um bom dia ao outro, porque estão muito ocupados vendo o que está acontecendo do outro lado do mundo e deixam de enxergar aquilo que os rodeia. Estão sozinhos no meio do povo.
Isto não quer dizer que de forma alguma as redes sociais não são boas, pelo contrário tem muitos adepto e fiel essas ferramentas, inclusive foram elas que proporcionaram a escrita deste texto, mas cabe a nós o discernimento de até onde pode ir nossa inserção nesse mundo virtual, a ponto de ficarmos alheios ao que acontece de forma real perto de nós.
O bom seria se a gente conseguisse utilizar as redes sociais realmente como pontes para o encontro e a convivência. Enquanto estivermos trancados no nosso quarto, mandando mensagem de WhatsApp para nossa mãe que está na sala e deixando de conversar oralmente com as pessoas da mesma casa, vamos sempre nos sentir sozinhos, porque a tecnologia nunca vai conseguir suprir nossa carência de afeto e companhia. Então é preciso que a gente saiba diferenciar as funções da rede social e a nossa necessidade de convivermos nesse mundo. É um paradoxo muito grande termos essa sensação de solidão mesmo sabendo que podemos contar com muitas pessoas.
Vamos partir para a convivência, divisão do amor e acima de tudo compartilhamento da vida. É somente através da fraternidade que a gente consegue ser plenamente cidadãos e conseguimos banir da sociedade esta bolha que nos aprisiona e nos isola dos outros.