Uma vida rápida e obsoleta
Na contemporaneidade, se destaca como uma das principais estratégias a incentivar o consumidor obter algo novo, já que os seus pertences não acompanharam as novas tecnologia e entraram na obsolescência percebida de produtos e serviços.
Nem tudo encaixa nessa estratégia amplamente utilizada como no modelo rápida (fast fashion) através da obsolência programada.
Pode-se dizer que a introdução de novas tecnologias trouxeram ganhos, sim!! Até democratizou o acesso a eles. Mas tem outros não precisavam ser descartados, trocados, afinal o consumidor não está interessado nessa nova renovação, os objetivos são alcançados com mesma finalidade e presteza.
Com raras exceções leva-nos a crer que o principal objetivo foi para reajustar os preços, a maçante propaganda do descarte, mostrando que foi realizado novos design para justificar os novos preços.
Um produto obsoleto pode ser entendido como ultrapassado, fora de uso, antiquado, e contrário ao que “está na moda”. Essa obsolescência pode acontecer de forma “natural” e espontânea, principalmente devido aos avanços tecnológicos. Um exemplo é o uso de secretárias eletrônicas, apesar de ainda existirem e serem aptas ao uso, a facilidade proporcionada por mensagens de textos e WhatsApp acabou por tornar a função da secretária eletrônica obsoleta.
Paralelo a obsolescência que ocorre de forma espontânea em função dos avanços da tecnologia, existe a obsolescência programada: em que antes mesmo de sua confecção o produto já é pensado para tornar-se obsoleto. Como exemplo os de fast fashion, a mudança de coleção é de 15 em 15 dias, não é à toa que você entra numa destas lojas hoje, e já não encontra mais a peça que queria na semana anterior. Este sistema além de motivar o consumo por impulso, devido à probabilidade de não conseguir comprar aquela peça depois, também incentiva o consumo e descarte excessivo. Esses fatores são frutos da programação da obsolescência.
O uso de novas tendência o lançamento de duas coleções por mês, as peças com acabamentos com qualidade reduzida e o preço baixo para sua aquisição, fazem com que estes artigos sejam de fácil e rápido descarte. O consumidor, seduzido pelo baixo preço e as várias opções diferentes, acaba por não criar vínculos emocionais com as peças, desta forma, ao ver uma de suas roupas descosturadas, por exemplo, em vez de tentar conserta-la a deixa de lado ou joga fora, pois para ele, ela é facilmente substituível.
Além disso, a sobreposição de tendências a cada coleção, é capaz de fazer com que algo comprado no mês passado hoje seja considerado antiquado, perdendo assim seu sentido de uso. Essas estratégias de marketing e design para estimular o consumo, ocasionam a obsolescência percebida, também chamada de obsolescência psicológica ou de desestabilidade que ocorre em consequência à falta de criação de signos (significado) entre consumidor e produto, de forma que algum produto ou serviço torna-se obsoleto — mesmo sem a perda da sua funcionalidade — devido ao surgimento de uma nova versão com design diferente.
O pensar no desenvolvimento sustentável se faz indispensável nos dias atuais, a necessidade de encontrar alternativas que amenizem os impactos da produção têxtil na natureza emergem conforme estes efeitos ficam cada vez mais evidentes no dia a dia, e também, à medida que o consumidor começa a colocar a sustentabilidade como critério para escolha de produtos e serviços.
Pensar sobre o consumo de moda e como alinhar toda a cadeia desta indústria as práticas sustentáveis é ir além do produto, sua produção e seu ciclo de vida. Se faz necessário administrar a obsolescência produzida não apenas pelo desgaste do produto, mas principalmente a que é ocasionada pela falta de criação de signos entre consumidor e produto, e que condiciona os produtos ao fim de vida precoce, visto que são descartados mesmo tendo suas funções ainda válidas.
Mas desculpa os propagandistas e os vendedores, eu não deixo minha velha boa Olivet.