TANTO RISO!!!
Francisco de Paula Melo Aguiar
Ah! Tanta alegria...
Assim a cidade acordava cedo para as prévias carnavalescas do Santa Cruz e do Santa Rita Tênis Clube.
Eram as prévias carnalescas que antecipavam as quatro grandes noites de carnaval, abrilhantado pelas orquestras, tocando frevos e marchinhas.
Ô abre alas que eu quero passar...
Tanto riso...
Ah! Tanta alegria...
Chiquita bacana.
Deus e o diabo.
Lero-lero.
Ô Ô Ô Ô Aurora.
Você pensa que cachaça é água.
A turma do funil.
Mamãe eu quero.
Balancê.
Etc, ...
A sociedade local ia ao delírio em todos os sentidos, das vestimentas as comidas e bebidas servidas em alto estilo.
Os sonhos do poder político, social, financeiro, familiar e academias, nasciam durante os grandes bailes, grandes festas nas cores: verde e branco (Santa Rita Tênis Clube) e vermelho e preto (Santa Cruz Canavieiro).
Assim o enredo e a disputa do melhor para o melhor carnaval era montado durante décadas e a cidade dormia, assistia e ouvia tudo de camarote...
Foi um sonho que passou na minha vida.
Serpentina para todos os lados...
Cumprimentos não faltavam nem entre os adversários do poder político local.
Fuxico para se dar e se vender...
Fiado a perder de vista.
Lança perfume a torta e a direita...
A alegria estampada nos rostos e nos pés dos participantes como o vento soprando o canavial no farfalhar diário cíclico, verdadeiros lenços verdes em despedidas na hora da partida...
Do trem que fazia a linha Recife a João Pessoa e vice versa com parada e passagem obrigatória por Santa Rita, porta de entrada e saída da capital para o interior e estados vizinhos pelos trilhos da Rede Ferroviária Federal, que igualmente o tempo levou.
Tinha Pierrot para todos os gostos, ricos, pobres, casados, solteiros, feios e bonitos...
E as colombinas solteiras iam ao delírio, sonhando estarem casadas na quarta-feira de cinzas...
Ah! Tanto riso, tanta alegria, tanto palhaço no salão...
E assim a cidade dorme para acordar no carnaval da ilusão que assim como o vento o tempo passou e levou...