VOU PASSAR UM CAFÉ!

Um dos gostos que herdei de minha mãe foi pelo café. Bebo bem mais do que deveria, pedindo a Deus, todos os dias, para que eu nunca seja obrigada, por questões de saúde, a parar de tomar meu cafezinho.

Gosto dele forte, adoçado na medida certa. Puro, preto, ele me acompanha nas minhas reflexões diárias, especialmente no café da manhã, quando ainda estou me conectando com o mundo. O café acaba sendo uma das motivações para levantar da cama e encarar a realidade.

É também nessa hora do café que me vêm as infindáveis memórias, as saudades, as faltas. Enquanto viro a xícara, fixo o olhar no nada, pensando na vida. E em meio aos pensamentos, aquele recorrente: “podia ser nós dois, tomando café juntos...”.

Nessa minha primeira refeição do dia, sirvo-me uma, duas, três vezes, até completar a quantidade aproximada de uma xícara. Faço isso para manter meu café quente. É como a cerveja, que não admito que encham meu copo, porque senão esquenta, né? Assim é o café: se encho a xícara, ele esfria antes que eu consiga tomar tudo. Por isso, prefiro me servir em pequenas doses.

Café é vício, pelo menos no meu caso acho que sim. Dá três da tarde e eu já começo a desejá-lo, imaginar o cheiro que exala quando está sendo coado. E não passo vontade, de jeito nenhum, peço logo; “bota água no fogo, vou passar um café!

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 04/02/2023
Código do texto: T7711396
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