O BARULHO DA FELICIDADE
Até agora, o momento mais marcante como mãe do Henrique foi quando eu ouvi o batimento cardíaco dele pela primeira vez. Não pude conter a emoção ao escutar o barulho da felicidade que fazia "tum-tum-tum-tum" dentro de mim, o que fez com que lágrimas escapassem de meus olhos juvenis naquele dia. Era uma urgência de crescer e ver a luz do lado de fora, e não demorou muito para que numa sexta-feira ensolarada, 24 de Outubro de 2003, às 15:30h, com apenas 2.750 kg e 47 cm de comprimento, ele decidisse que era uma boa hora para ter um CPF! Ainda lembro daquele choro preguiçoso de quem acabou de acordar...
Dezenove anos se passaram desde então e confesso, que às vezes, observo a minha criação e fico satisfeita pelo resultado obtido. Aquele pequeno ser alcançou 1,72m de altura e é dono do sorriso mais sem vergonha que você possa conhecer. Toda aquela paixão por Química de outrora se transformou na vontade de ser contador, está trilhando os meus passos. Hoje, trabalhamos na mesma empresa, mas em projetos distintos. Dentro de um mês começará a faculdade de Ciências Contábeis com algum conhecimento prático de vantagem, logo na largada, e acredito que irá alçar voos mais altos!
Mas ninguém nunca nos contou que os filhos não tem manual de instrução. A gente vai guiando pelo instinto, superstição, intuição, sabedoria popular... e acabamos errando muito tentando acertar! É tudo no improviso! Nós, como pais, sempre queremos dar os melhores conselhos, ter o colo mais confortável do mundo, ter o beijo que sara as feridas mais rápido do que merthiolate, deter a cura para o coração partido e saber as respostas de todas as perguntas, até aquelas sem sentido algum.
Diante disso, o que nos conforta é ter a certeza que fizemos o melhor que podíamos com os recursos disponíveis naquele momento. Que possamos ficar com o coração em paz e não se maltratar tanto!
“Hein mãe, como é que coloca a conta
contábil nas notas de saídas?" JOE.LIMA