O medo da globalização
Bem distante da população vivia no casebre com sua Rosinha. Lá a natureza dominava o pedaço, sem perceber a globalização começa a ruir seu castelo.
Na varanda onde só tinha a rede vinda nordeste, a cadeira de balanço que o padrinho de casamento presenteou tem dois botões num dos braços que regula a potência do pistão que pressiona o corpo dela a mover a gosto do freguês, a luz de LED acende assim que o sol se põe e a escuridão nem nasceu e recebe as flechadas das luzes artificiais.
Na sala a TV de 50 polegada de tela plana é programada para ligar e desligar, sem dizer que na cozinha a Rosinha informatizou quase tudo o caboclo teme que esteja casado com uma robotizada e perdeu a sua Rosinha lábios de mel.
Sentado na barranca do rio perto de sua casa, segura a vara de bambu onde tem prazer de sentir a fisgada do lambari, antes que chegue a tal tecnologia e a sensação de pescar deixe de existir.