UMA FARRA NA BAHIA COM GÉRARD VERGNAUD
Uma farra na Bahia com Gérard Vergnaud
Miguel Lucena
Eu já fiz uma farra com um filósofo importante. Foi em um Carnaval de 1994, em Salvador, Bahia, no embalo do Olodum e da Timbalada.
O filósofo, matemático e psicólogo francês Gérard Vergnaud foi à Bahia fazer uma palestra a convite de Zezé (Maria José Rocha Zezé , então deputada estadual) e do Geempa, de Porto Alegre, durante um curso de formação de professores realizado pela Casa da Educação Anísio Texeira, fundada por Zezé.
Aproveitando que era Carnaval, levei Gérard Vergnaud, a quem eu chamava de Geraldo, para a folia. Na Barra, em frente ao famoso farol, dei-lhe uma dose de Capeta, bebida que apelidei de Diabolic, para melhor entendimento do francês.
Depois da segunda dose, Gérard Vergnaud ficou vermelho e começou a cantar "olha a timbalada, oiá", e só parou quando o arrastamos para o hotel. Disse ele, depois, que a ressaca só passou em Paris.
Geraldo morreu em 6 de junho de 2021, aos 88 anos.
Formado em Genebra, compôs o segundo conjunto de pesquisadores doutorados por Jean Piaget. Professor emérito do Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS), em Paris, Vergnaud foi pesquisador em didática da matemática e elaborou a "teoria dos campos conceituais".