Quem não gosta de samba...
Que ninguém se apresse em chamar-me de coxinha, acarajé, petralha ou coisa que o valha. Mas, diante da minha cátedra, o que vejo hoje é que voltamos a viver na Idade Média.
Espetáculos midiáticos para a população, ações judiciárias infundadas, influenciadas pelo viciado exercício político de quem quer manter-se no poder a qualquer custa, execuções públicas transformadas em legítimas pela opinião pública, o militar de extrema direita transformado em solução final. Ou seja, o Congresso, e seus pares, são a Nova Igreja nestes tempos de Nova Inquisição.
Neste circo de horrores em que se transformou nossas operações policias não falta nada. Desde a figura do herói popularesco ao príncipe que quer manter a ordem . E neste cenário orbitam também outras figurinhas interessantes, como a do juiz extremamente parcial que faz questão de posar de justo, do prisioneiro político, do acusado injustamente, do empresário bonzinho, e o mordaz corsário, detentor de informações privilegiadas, a quem todos parecem temer.
Na outra ponta está o povo. Hora massa de manobra, hora voz em desespero, hora espetáculo puro. O, para mim, claro propósito de manter as influências na sociedade desta certa parte que luta desesperadamente para manter-se no círculo interno do poder, e com isso manter suas concessões e benefícios, seletivamente escolhe o que nós, meros mortais, devemos conhecer, e por vezes, aceitar como verdade. A notícia, mal explicada, do fim de um famoso e influente talk show de uma certa emissora de televisão chama minha atenção.
Óbvio que especulações e toda sorte de boatos surgem, acalorando os “debates” nas redes, sociais ou não. O grifo ressalta uma certeza, estamos muito mais interessados no show que no talk. O que quer que seja que isto nos traga no futuro.
*texto escrito em novembro/2016
Apenas senti a necessidade de republicar