Maria casamenteira
Toda tardinha antes de chegar do riacho onde “Alvejava” as roupas da turma da socialite da cidade, no seu cafofo tinha alguém esperando por ela.
A fama de casamenteira era hereditário, sua finada mãe como não podia de ser devota São Antônio, jamais deixou de ser atendida nos seus pedidos de unir as caras metades que não davam liga. Não deu outra de mãe pra filha essa corrente de fé foi passada.
Como boa freelance nupcial pedia a todos (as) que antes do seu “Conta imediato com o santo cúpido”, teriam de fazer uma triagem com sua madrinha preta velha sua secretária devocional.
Esta anotava num bloco os dados e desejo das postulantes ou postulados as relações amorosas.
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No final como não querendo receber nada pelo trabalho, passava a listinha de sabonete, incensos aromáticos, fitinhas braçadeiras de três cores, e 10 maços de velas vermelhas. Todas com certeza encontrada na banca da feira no segundo domingo de cada mês.