Aliança desgastada
Já sem uso, encontrei na caixinha de madeira as suas bijuterias, entre os anéis, correntinhas, brincos, o velho par de alianças desgastado pelo tempo e uso, a saudade veio a tona e continuei a vasculhar, logo percebi que estava chorando.
Era início de primavera, mera coincidência uma das flores mais bonita que pus no vaso do meu coração, cultivei por muitos anos, criou raízes profundas e seus galhos deram frutos bons, e as sementes multiplicaram-se energizando, aumentando a prole e deixando o lar mais perfumado e florido. Mas como tudo nasce, cresce e morre, não foi diferente com você, adoeceu, definhou e foi morar no andar de cima. Entre tantas coisas maravilhosas que deixaste, essa joia desgastada parece que quer não entender, e espera sua dona voltar.
Sei que é um metal, mas me agarro nesta figura de linguagem o (hipérbole), que é caracterizada pelo exagero, vendo aliança desgasta e abandonada, queria tanto falar-te que tudo não passou de um sonho, de um pesadelo a sua dona logo vai voltar.
Ao fechar a gaveta a realidade mostra-me, que tenho que aceitar o designo de Deus afinal ELE sabe o que faz.