CRÔNICA DA SEMANA.
O METEORO.
— Não acredito! Eu não a-cre-di-to, nunca… Jamais me recuso a crer.
— Quê isso, Eder! Pra quê falar tão alto assim? Enlouqueceu rapaz.
— Não pode ser, assim não dá, ah não, que isso, se é louco...
— Ê lá, já vai começar Éder.
— Silêncio Joas... Não perturbe o universo, ele está em ascensão planetária à quinta dimensão cósmica.
— Pronto… Começou...
— Nós temos que acessar a quinta dimensão Joas, você não entende mesmo né.
— É hoje! meu Deus do céu, o que eu fiz para merecer, eu devo ter jogado pedra na cruz, só pode.
— Como assim? O que aconteceu? Porque você está com a mão na cabeça?
— Você, Eder! É você com esses seus papos doidos.
— Tem certeza disso? Posso perguntar para os universitários?
— Tá ficando pior a cada dia.
— Sabe de uma coisa, Joas, tudo isso é porque eu estou muitíssimo decepcionado com a NASA, é muita decepção, pode crer.
— Com a NASA? Aqueles caras lá dos foguetes e tudo mais? Tá, sei...
— Sim , eles.
— E o que a NASA fez para você estar decepcionado com eles?
— Eles mentiram, Joas!, mentiram pra mim.
— Ah... Mentiram pra você... Tá, sei.
— É sério Joas, eles disseram que essa noite iria passar um mega meteoro próximo a terra com grande possibilidade de se chocar conosco e matar a todos nós... E olha aí... Amanheceu, tá todo mundo aqui, vivinho. Eu tô vivo, você tá vivo, aquele bando de clientes estão vivos, o meteoro passou e nada aconteceu! Que merda.
— Ai meu Deus! É sério que parei aqui só para ouvir isso.
— É decepcionante né… Também concordo Joas.
— Um meteoro vai cair lá, agora, naquela senha, na frente do balcão lotado de gente, estamos em poucos balconistas, se concentra no trabalho Éder, sem dizer que você já passou da cota de dizer besteiras essa semana.
— Tá vendo… Até você está revoltado. Estou sentindo isso em seu tom de voz Joas, é por isso que eu queria a queda do meteoro, tudo no Brasil seria resolvido…
— Estar revoltado com certas situações é uma coisa, agora, desejar que um meteoro caia… Por favor, né Eder.
— Você não compreende a beleza da coisa Joas, destruição, caos, pessoas gritando, outras correndo, muito daora velho, já pensou que legal…
— Vamos Eder, você falou besteiras demais, e o nosso horário de almoço terminou.
— Meteoro filho da…
— O que você ia dizer?
— Eu! Nada. Eu não ia dizer nada não… Eu, imagina, vamos logo jovem grilo, nosso horário já foi.
— Éder!