O BARQUINHO

A rua estava deserta, depois de uma pesada chuva, que caiu.

Algumas poças de lamas, desenhavam uma maquete de um rio, com alguns afluentes, que desciam pela ladeira da rua.

O frio, o deserto da rua, afastava as pessoas dela, reinava um silêncio total, só o barulho da água escorrendo se ouvia.

E do nada, num piscar de olhos eu vi, da minha janela um menino, que chegava correndo, e preocupado me perguntou, se eu avistara o seu barco de papel, que navegava naquela chuva, infelizmente eu não pude ajudá-lo, não vira nenhum barquinho passando.

Para não entritecê-lo, só pude incentivá-lo, a continuar a descer a rua, em busca do seu navio de papel, assim, como eu fazia, nas chuvas da minha infância.

Rangel Marques