Pandora

Pandora

Vi uma charge que ilustrava um homem o dia inteiro angustiado com as imagens de um cavalo da polícia montada sendo selvagemente atacado pelos ensandecidos apoiadores do último movimento que clamava por um golpe militar para o País. Me identifiquei prontamente com a sua agonia. É claro que vemos cenas de maus tratos aos animais quase que diariamente, mas o contexto é diferente. No caso da agressão ao cavalo no dia dos atos de vandalismo era a selvageria que reinava, não apenas a indiferença com um ser vivo.

O cavalo e o policial que o montava ficaram feridos e foram resgatados por outros, também montados, receberam tratamento e sobreviveram.

Cavalos e cachorros são animais incríveis. Pude conviver com eles ao longo dos meus quase sessenta anos e afirmo: não é o "ser homem" que me faz não sofrer quando eles sofrem. Homens também sofrem e choram. Eu sou um grande chorão, se me comovo demais. Não sinto qualquer vergonha em revelar isso. São animais dóceis, quando bem tratados e isso implica em amor. Que muitos não sentem, ou não sabem demonstrar.

Lendo agora sobre o estado deles, me veio à mente como o homem tem se tornado distante da humanidade (do ser) . E não somente por este fato. A bestialidade está presente em diversas esferas da sociedade, aqui e no mundo inteiro, o tempo inteiro. A “caixa de Pandora” se abriu revelando os instintos mais horríveis do ser humano. Precisamos ficar atentos. Precisamos voltar a defender um mundo melhor para viver. Depende de cada um de nós.

Marcus Vinícius Andrade Andrade
Enviado por Marcus Vinícius Andrade Andrade em 19/01/2023
Reeditado em 03/02/2024
Código do texto: T7698742
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