NÉVOA BAIXA, SOL QUE RACHA
O conhecimento empírico, que é a base de qualquer ciência, ensinou às muitas gerações de paulistas que quando a névoa é densa a ponto de prejudicar a visibilidade até de pedestres, os efeitos dos raios do sol serão sentidos em toda sua plenitude quando a névoa se dissipar.
O Estado de São Paulo está localizado exatamente sob a linha imaginária do Trópico de Capricórnio que é o limite entre as zonas tropical e temperada do hemisfério Sul e essa particularidade faz com que tenhamos, muitas vezes no mesmo dia, temperaturas e demais características das quatro estações.
Claro que com o passar do tempo, o aumento da população fez crescer as cidades, asfaltaram-se a maioria das ruas, construíram prédios cada vez mais altos, rios foram canalizados e o desmatamento influenciaram grandemente na umidade relativa e aquela tradicional garoa que deu à capital o título de Terra da Garoa, já não é mais presença constante.
No dia 16 de janeiro, tivemos um dia excepcionalmente quente com o termômetro daqui de casa beirando os 36ºC. Calor opressivo, daqueles que não deixam alternativa para o desconforto.
Parecia que Vulcano estava fazendo faxina nas caldeiras do inferno.
Ontem, dia 17, perto das 6h da manhã, a névoa estava tão intensada que, da minha varanda no primeiro andar, viam-se apenas os contornos das casas do outro lado da rua.
Mas, contrário ao conhecimento antigo, quando a névoa se dissipou, o Sol não veio para rachar...
GLOSSÁRIO:
Vulcano – deus mitológico a quem coube as profundezas do submundo. Seus irmãos: Netuno, ficou com os oceanos e Zeus, “espertinho” ficou com a melhor parte, o Olimpo.