A MAGIA DA OBRA DE ARTE. MISTÉRIO.

A obra de arte não nasce da ideia, quieta e só, dormitando nos abismos do “id” seus impulsos enevoados, mas da irritação como estímulo, ou da escuta dos sombrios escaninhos da alma, onde não se chega por força do querer, mas pelo chamamento súplice.

As grandes metas definidas nas obras da criação em geral definem essa contrariedade com o que está posto no convívio humano, desagradando a forte moral do artista, indignado com a causa da repulsa, que acusa revoltado e estigmatiza, marcando com ferro a pele maldita dos malditos, ou fazendo nascer do inviolável sacrário de suas aspirações, a magia, que torna a obra santificada e salvadora. Só ela salva, não só aos sentimentos no mundo em que poucos vivem. Nele não há crueldade de de ser pai do pobre aos olhos de alguns, e máximo algoz aos olhos de outros. Na obra que salva só há verdade, a mesma que foi raiz, caule, folha, flor e fruto na conquista da natureza, e a lógica não admite que não seja árvore; não se nega o que os olhos veem e a ciência acata como evidência. Há uma verdade. Precisamos, os acreditados, não deixar exaurir os últimos resíduos ao que Cristo respondeu ser verdade pelo silêncio: VIM FAZER JUSTIÇA.

Há um mistério quando não revela magia a obra de arte literária ou plástica, ela é imperfeita, não faz vibrar a corda da lira na sinfonia que traz a luz da verdade. A incompreensão do mistério descerra cegueira e mata a magia. Quando nela devia se fundar, aplaude a obscuridade.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 17/01/2023
Reeditado em 18/01/2023
Código do texto: T7697861
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