Gótica Paleta... BVIW
O dourado castiçal, despido de chama e o barco sem velas encontram - se em nostálgica tela, sutil rima... Enquanto, um vento de verão beija com seus frios lábios de mármore meu rosto, numa fugaz antítese? E, assim devaneio, sentindo a saudade sombria, mas bela a levar meu coração - folha em etéreo voo ao teu encontro... devaneio em góticas gotas e lendas.
Ah, este vento de nostalgia faz a delicada flor se despetalar e cingir de lilás a fria lápide. Há dias em que as letras amanhecem, envoltas em brumas, como se fossem abraços de almas distantes que se amam muito e querem permanecer unidas, feitas palavras apaixonadas num Compromisso Literário, construindo esta crônica, hoje, com uma atmosfera gótica, cerzida com memórias, desta e de outras vidas... (Gótico designa o que é proveniente, relativo, criado ou usado pelos Godos, o povo germânico).
Da medieval janela a manhã, devagarzinho, cintila na ponta de uma surreal espada que faz o reflexo da lágrima deslizar em meu rosto, desafio literário emociona-me e invade-me...
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“The Castle of Otranto (O Castelo de Otranto, 1768), de Horace Walpole, é a primeira obra de referência do romance gótico.”