SOBRE COMPROMISSO LITERÁRIO (BVIW)
Há quem diga que o imprevisto é a grande lei da criação literária. Sobre o tema, escrever eu quero, mas cadê o imprevisto que não acontece? Parafraseando Fernando Pessoa acho que vou apelar para o sonho, já que ele disse que, quando Deus quer, o homem sonha, a obra acontece.
O quanto é difícil para o escritor mesmo dentro de um contexto ficcional desvincular a personagem não permitindo que ela se projete sobre a sua vida e interaja com o humano real que é.
Seria isso uma reflexão metaliterária? Será que o escritor não se apercebe e tem consciência de que a literatura, de alguma forma, projeta-se sobre a sua vida? Sobre os seus verdadeiros sentimentos? Vive ele as situações criadas? O que existe por trás de cada palavra escrita?
Quando o escritor transgride os limites entre o real e o imaginário? Até onde a sua imaginação o leva e a sua capacidade criadora engendra fantasias e estabelece relações de cumplicidade entre ele e o leitor?
Será que é a partir do momento em que o que foi escrito convence? Seja sobre injustiças, amores não resolvidos, felicidade, tristeza, ódio etc. Se convencido o leitor, tudo pra ele torna-se realidade?
Realidade ou fragmentos dela transformado em ficção...? Que o diga o prof. Carlos Reis...