Não azede, não vire vinagre
TENHO minhas ideias e delas não abro mão. No entanto, apesar de defendê-las com veemência sou por natureza, graças a Deus, alguém que rechaça a raiva, o rancor e o ódio.
Estamos vivenciando no país um momento muito difícil. Com um agravante: há quem esteja querendo acirrar a crise jogando ainda mais lenha na fogueira. A raiva junto com seus irmãos da maldade o rancor e o ódio estão a todo custo tentando inviabilizar a democracia e impedir a pacificação do país.
Essa onda de raiva precisa ser contida. Não se trata de renunciar às ideias ou lado político, mas de defender e lutar pela democracia. Essa onda de raiva precisa ser contida pela consciência do cidadão. Essa raiva não tem nada a ver com coragem ou civismo, mas com covardia e medo. Tinha razão Chico Buarque quando cantou num verso de uma canção: “Filha do medo, a raiva é mãe da covardia”.
Desnecessário elencar os atos de violência gerados pela raiva, rancor e ódio. Isso é do conhecimento geral. Agora, o que me espanta , entristece é constrange é constatar que pessoas sérias estejam tentando amainar, esconder e até justificar em parte a onda de violência contra a democracia. Ora, isso é um absurdo que clama aos céus. Estão azedando e virando vinagre, deviam lembrar do conselho de Dom Helder: “Se sentirem que os anos passam, e a mocidade se vai, peçam a Deus, para si e para os que se tornam menos jovens, a graça de envelhecer como os vinhos - tornando-se melhores - e, sobretudo, a graça de, envelhecendo, não azedar, não virar vinagre”.
Viva a Democracia. William Porto. Inté.