QUEM É JOHN GALT?
Em novembro do ano passado, a minha esposa me presenteou com um livro, a Revolta de Atlas, de Ayn Rand. Um tijolo de mais de mil páginas, terrivelmente assustador para quem não gosta de ler. Há muito eu tinha ouvido falar desse livro, na América do norte, depois da Bíblia sagrada, esse é o livro mais lindo, e não é para menos, quem o conhece bem sabe o motivo que o faz despertar tamanha admiração. Ganhá-lo foi uma agradável surpresa, para quem gosta de ler como eu, um livro é sem dúvidas um dos melhores presentes, para não dizer o melhor que se pode receber.
Comecei a leitura aos poucos, degustando cada página, palavra por palavra, sem pressa de acabar. Houve dias em que eu li um capítulo inteiro, outros não, porém, não estabeleci metas de leitura para o livro. A primeira pergunta para leitores iniciantes talvez seja sobre quem foi esse 'Atlas', e que revolta é essa, coitado. Em curtas palavras, Atlas foi um titã castigado por Zeus a suportar o peso do mundo em seus ombros até o fim dos tempos. Mas, numa visão mais moderna e menos fantasiosa, esse mito representa o peso das dificuldades cotidianas que pesam na "Atlas", a primeira vértebra da coluna cervical, e em nossas cabeças. Basicamente isso.
No livro, a autora Ayn Rand, retrata de forma filosófica as dores das pessoas que são Atlas no mundo, uma escrita magistral. Quantos, não poucos, estamos vivendo a carregar o mundo, e o que seria deste sistema sem a força de nossos ombros. O livro teve sua última edição publicada no Brasil em 3 de julho de 2017, pela editora Arqueiro. A obra conta com 1216 páginas divididas em três volumes, com 10 capítulos cada um. Além disso, a obra é um best-seller internacional há mais de 50 anos e é considerado o segundo livro mais influente nos Estados Unidos, como eu disse no início, perdendo somente para a bíblia. No Brasil, inicialmente o livro apareceu com o título “Quem é John Galt?”, em 1987, enquanto na versão original seria “Atlas Shrugged”.
Ao iniciar a leitura me deparei com a pergunta logo na primeira página, imagino que todos façam o mesmo questionamento: Quem é John Galt? Neste maravilhoso romance a autora mostra os valores morais fundamentais de sua filosofia, a qual ela chama de Objetivismo. Valores esses apresentados na boca de cada personagem, e os negativos ficam por conta dos antagonistas. Francisco D´Anconia, Dagny Taggart, Hank Rearden e o personagem principal John Galt representam os valores que Rand considera o ideal para a humanidade: racionalismo, egoísmo, coragem e liberdade individual, e os antagonistas são personagens que, por algum motivo, negam e não possuem tais valores.
Ainda faltam alguns capítulos para terminá-lo, porém, posso adiantar-lhes que esse livro está entre os melhores que eu já li, e os últimos dez capítulos são arrebatadores. Quem se deliciar nas páginas deste 'filosófico' livro, certamente fará comparações muito interessantes para o tempo presente. A cada novo dia, neste 'novo Brasil', somos todos desafiados além do que podemos imaginar e somos convidados para o núcleo da Revolta de Atlas, para sermos a própria personificação dele, onde por fim, descobriremos com o peso do mundo nas costas, quem verdadeiramente é, John Galt?